Os "justiçamentos", abaixo relacionados, sugerem que muitos outros podem ter sido cometidos, sem que seus autores e suas vítimas chegassem ao conhecimento público.
Tobias Warchavski - 1934
Tinha 17 anos e cursava a Escola Nacional de Belas Artes. Iludido com os apelos comunistas e usando o nome falso de Carlos Ferreira, abandonou sua casa e passou a residir com Walter Fernandes da Silva. Ambos eram militantes da Juventude Comunista.
Em outubro de 1934, seu cadáver foi encontrado, sem documentos, em local ermo, já em decomposição, com a cabeça separada do corpo. Recolhido ao IML, foi encontrado pelos familiares somente 15 dias depois. Tobias foi reconhecido por sua mãe, com o auxilio do dentista da família.
O PCB difundiu, na época, a notícia de que ele, muito afoito na pregação de sua ideologia, fora descoberto e morto pela polícia.
Com as prisões de 1935 a verdade surgiu. O famigerado "tribunal" o condenara à morte e o executara. Seus juízes foram Honório de Freitas Guimarães, Pascácio Rio de Souza, Vicente Santos e Guilherme Marcário Jolles ou Jan Jolles.
Tobias foi atraído a uma emboscada. Ao perceber que seria morto, ajoelhou-se e pediu que lhe poupassem a vida. Walter Fernandes da Silva, ante o desespero do companheiro de quarto, tentou salva-lo, implorando que o poupassem. De nada adiantou. Adolfo Barbosa Bastos acionou o revólver.
Participantes do assassinato: Vicente Santos; Adolfo Barbosa Bastos; Walter Fernandes da Silva (o companheiro de quarto e amigo de Tobias)
Walter Fernandes da Silva - 1935
Ao tentar salvar o amigo, passou a ser suspeito. O fatídico "Tribunal Vermelho" decidiu que ele deveria afastar-se do local do crime, para ele não levantar suspeitas. Walter cumpriu as ordens do partido e viajou para Recife, onde, alguns dias depois, apareceu morto na Praia do Pina.
Bernardino Pinto de Almeida - "Dino Padeiro" - 1935
Acusado de traição, por Honório de Freitas Guimarães, foi julgado e condenado pelo "Tribunal Vermelho". O secretário-geral do partido, na época "Miranda", e Luiz Cupelo Colônio atraíram-no a uma emboscada. "Dino" levou uma coronhada e quatro tiros. Sobreviveu à ação e relatou a tentativa de assassinato.
Afonso José dos Santos - 1935
O "Tribunal Vermelho" do PCB, já na clandestinidade, depois da derrota da Intentona Comunista, julgou-o, condenando-o à morte.
Executor: José Emídio dos Santos, membro do Comitê Estadual do PCB do Rio de Janeiro. Foi, ao mesmo tempo, delator e executor da sentença.
Somente em 1941 o crime foi esclarecido.
Elvira Cupelo Colônio ou Elza Fernandes - 1936
O irmão de Elvira, Luiz Cupelo Colônio, era membro do PCB e costumava levar os companheiros para reuniões em sua casa. Elvira, uma menina de 16 anos, encantava-se com os discursos do chefe do grupo, o secretário-geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), Antônio Maciel Bonfim, o "Miranda". Em 1934, tornou-se amante de "Miranda", que também usava o nome falso de Alberto Fernandes e passou a ser conhecida como "Elza Fernandes" ou "Garota".
Quando ela foi morar com o amante, seu irmão imaginou a oportunidade de projetar-se no partido.
Com o fracasso da Intentona Comunista, em janeiro de 1936, "Miranda" e "Elza" foram presos em sua residência. A polícia logo concluiu que "Garota" pouco poderia acrescentar ao depoimento de "Miranda". Foi solta por ser menor.
Logo depois, vários outros membros do PCB foram presos e as suspeitas recaíram sobre ela. Julgada pelo "Tribunal Vermelho", os "juízes", pressionados pelo parecer de Luís Carlos Prestes, decidiram condená-la à morte.
Autores da execução: Eduardo Alberto Xavier - "Abóbora"; Honório de Freitas Guimarães - "Milionário"; Adelino Deycola dos Santos - "Tampinha"; Francisco Natividade Lira - "Cabeção"; e Manoel Severino Cavalcanti - "Gaguinho".
Elvira ou Elza foi enterrada no quintal da casa onde fora assassinada. Anos depois, seu irmão exumou o cadáver e escreveu a "Miranda", o amante de sua irmã, o seguinte bilhete:
"Rio, 17/04/40
Meu caro Bonfim
Acabo de assistir à exumação do cadáver de minha irmã Elvira. Reconheci ainda a sua dentadura e seus cabelos. Soube também da confissão que elementos de responsabilidade do PCB fizeram na polícia de que haviam assassinado minha irmã Elvira. Diante disso, renego meu passado revolucionário e encerro minhas atividades comunistas.
Do teu sempre amigo,
Luiz Cupelo Colônio"
Maria Silveira - "Neli" - 1940
Elizário Alves Barbosa e Maria Silveira, "Neli", eram namorados e, também, militantes do PCB. Residiam em São Carlos, SP.
Acabando o namoro, Elizário acusou-a de não merecer mais a confiança do partido. O "Tribunal Vermelho" condenou-a à morte, no Rio de Janeiro.
Participantes: Ricarte Sarrun; Antônio Vitor da Cruz; e Antônio Azevedo, "Paulista". No local, Floresta da Tijuca, esperavam Diocesano Martins e Daniel da Silva Valença.
Domingos Antunes Azevedo - "Paulista" - 1941
Preocupado com a possível descoberta do assassinato de "Neli", o "Tribunal Vermelho" decidiu eliminar o motorista de táxi que transportou seus executores.
Participantes: Antônio Vitor da Cruz; Antônio Azevedo Costa; Diocesano Martins; e Daniel da Silva Valença.
Diocesano Martins desfechou três tiros em Domingos Antunes Azevedo. O cadáver foi atirado à margem da estrada.
Fontes:
- AUGUSTO, Agnaldo Del Nero. A Grande Mentira - Bíblioteca do Exército Editora, 2001.
- DUMONT, F. Recordando a História - Os crimes do PCB. (www.ternuma.com.br).
- Jornal Inconfidência. Belo Horizonte (ginconfi@vento.com.br).
Foram tarde, TRAIDORES tem que morrer sim, assim como MILICOS traidores da pátria que rasgam a constituição que JURARAM respeitar e torturaram e assassinaram velhos, mulheres e até crianças. MORTE AOS FASCISTAS!
ResponderExcluirAcho que todo extremismo é nocivo. Mas acho também que essas execuções deveriam ser mais divulgados. Mas a nossa mídia não o faz, é claro. Você vê a mini série da Olga na Globo e ela é vitimizada o tempo todo. Longe de mim defender o extermínio perpetrado pelos nazistas, mas de santa a Olga Benário não tinha nada. Ela foi uma das partícipes e influenciadoras do Tribunal Vermelho na morte da garota Elza Fernandes.
ResponderExcluiro que me dá mais nojo é chamarem Luis Carlos Prestes de "Cavaleiro da Esperança". Era um psicopata assassino e covarde, tanta gente até hoje endeusando o homem e nao passava de um frouxo.
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