terça-feira, 4 de outubro de 2016

"Tribunal Vermelho" e os "justiçamentos" do PCB

 Segundo a esquerda radical, revolucionário e comunista não é assassino. Os assassinatos de pessoas - inclusive de seus companheiros de partido - são chamados de "justiçamentos", feitos em nome da "liberdade e da democracia". Em nome desses valores distorcidos, um "Tribunal Vermelho", composto às vezes por duas ou três pessoas, julgava, sumariamente, todos os que desejavam abandonar as fileiras da organização, desiludidos com a ideologia, ou aqueles que se tornavam suspeitos de uma possível delação. Os "juízes" desse tribunal variam de acordo com o contato das vítimas. A partir de 1934, os comunistas perpetraram crimes com requintes de perversidade, em nome de sua ideologia, para eliminar não só os representantes da lei que os combatiam, mas, também, para justiçar alguns de seus próprios companheiros.
 Os "justiçamentos", abaixo relacionados, sugerem que muitos outros podem ter sido cometidos, sem que seus autores e suas vítimas chegassem ao conhecimento público.

Tobias Warchavski - 1934

 Tinha 17 anos e cursava a Escola Nacional de Belas Artes. Iludido com os apelos comunistas e usando o nome falso de Carlos Ferreira, abandonou sua casa e passou a residir com Walter Fernandes da Silva. Ambos eram militantes da Juventude Comunista.
 Em outubro de 1934, seu cadáver foi encontrado, sem documentos, em local ermo, já em decomposição, com a cabeça separada do corpo. Recolhido ao IML, foi encontrado pelos familiares somente 15 dias depois. Tobias foi reconhecido por sua mãe, com o auxilio do dentista da família.
 O PCB difundiu, na época, a notícia de que ele, muito afoito na pregação de sua ideologia, fora descoberto e morto pela polícia.
 Com as prisões de 1935 a verdade surgiu. O famigerado "tribunal" o condenara à morte e o executara. Seus juízes foram Honório de Freitas Guimarães, Pascácio Rio de Souza, Vicente Santos e Guilherme Marcário Jolles ou Jan Jolles.
 Tobias foi atraído a uma emboscada. Ao perceber que seria morto, ajoelhou-se e pediu que lhe poupassem a vida. Walter Fernandes da Silva, ante o desespero do companheiro de quarto, tentou salva-lo, implorando que o poupassem. De nada adiantou. Adolfo Barbosa Bastos acionou o revólver.
 Participantes do assassinato: Vicente Santos; Adolfo Barbosa Bastos; Walter Fernandes da Silva (o companheiro de quarto e amigo de Tobias)

Walter Fernandes da Silva - 1935

 Ao tentar salvar o amigo, passou a ser suspeito. O fatídico "Tribunal Vermelho" decidiu que ele deveria afastar-se do local do crime, para ele não levantar suspeitas. Walter cumpriu as ordens do partido e viajou para Recife, onde, alguns dias depois, apareceu morto na Praia do Pina.

Bernardino Pinto de Almeida - "Dino Padeiro" - 1935

  Acusado de traição, por Honório de Freitas Guimarães, foi julgado e condenado pelo "Tribunal Vermelho". O secretário-geral do partido, na época "Miranda", e Luiz Cupelo Colônio atraíram-no a uma emboscada. "Dino" levou uma coronhada e quatro tiros. Sobreviveu à ação e relatou a tentativa de assassinato.

Afonso José dos Santos - 1935

 O "Tribunal Vermelho" do PCB, já na clandestinidade, depois da derrota da Intentona Comunista, julgou-o, condenando-o à morte.
 Executor: José Emídio dos Santos, membro do Comitê Estadual do PCB do Rio de Janeiro. Foi, ao mesmo tempo, delator e executor da sentença.
 Somente em 1941 o crime foi esclarecido.

Elvira Cupelo Colônio ou Elza Fernandes - 1936

 O irmão de Elvira, Luiz Cupelo Colônio, era membro do PCB e costumava levar os companheiros para reuniões em sua casa. Elvira, uma menina de 16 anos, encantava-se com os discursos do chefe do grupo, o secretário-geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), Antônio Maciel Bonfim, o "Miranda". Em 1934, tornou-se amante de "Miranda", que também usava o nome falso de Alberto Fernandes e passou a ser conhecida como "Elza Fernandes" ou "Garota".
 Quando ela foi morar com o amante, seu irmão imaginou a oportunidade de projetar-se no partido.
 Com o fracasso da Intentona Comunista, em janeiro de 1936, "Miranda" e "Elza" foram presos em sua residência. A polícia logo concluiu que "Garota" pouco poderia acrescentar ao depoimento de "Miranda". Foi solta por ser menor.
 Logo depois, vários outros membros do PCB foram presos e as suspeitas recaíram sobre ela. Julgada pelo "Tribunal Vermelho", os "juízes", pressionados pelo parecer de Luís Carlos Prestes, decidiram condená-la à morte.
 Autores da execução: Eduardo Alberto Xavier - "Abóbora"; Honório de Freitas Guimarães - "Milionário"; Adelino Deycola dos Santos - "Tampinha"; Francisco Natividade Lira - "Cabeção"; e Manoel Severino Cavalcanti - "Gaguinho".
 Elvira ou Elza foi enterrada no quintal da casa onde fora assassinada. Anos depois, seu irmão exumou o cadáver e escreveu a "Miranda", o amante de sua irmã, o seguinte bilhete:

"Rio, 17/04/40
Meu caro Bonfim
Acabo de assistir à exumação do cadáver de minha irmã Elvira. Reconheci ainda a sua dentadura e seus cabelos. Soube também da confissão que elementos de responsabilidade do PCB fizeram na polícia de que haviam assassinado minha irmã Elvira. Diante disso, renego meu passado revolucionário e encerro minhas atividades comunistas.
 Do teu sempre amigo,
 Luiz Cupelo Colônio"

Maria Silveira - "Neli" - 1940

 Elizário Alves Barbosa e Maria Silveira, "Neli", eram namorados e, também, militantes do PCB. Residiam em São Carlos, SP.
 Acabando o namoro, Elizário acusou-a de não merecer mais a confiança do partido. O "Tribunal Vermelho" condenou-a à morte, no Rio de Janeiro.
 Participantes: Ricarte Sarrun; Antônio Vitor da Cruz; e Antônio Azevedo, "Paulista". No local, Floresta da Tijuca, esperavam Diocesano Martins e Daniel da Silva Valença.

Domingos Antunes Azevedo - "Paulista" - 1941

 Preocupado com a possível descoberta do assassinato de "Neli", o "Tribunal Vermelho" decidiu eliminar o motorista de táxi que transportou seus executores.
 Participantes: Antônio Vitor da Cruz; Antônio Azevedo Costa; Diocesano Martins; e Daniel da Silva Valença.
 Diocesano Martins desfechou três tiros em Domingos Antunes Azevedo. O cadáver foi atirado à margem da estrada.

Fontes:
- AUGUSTO, Agnaldo Del Nero. A Grande Mentira - Bíblioteca do Exército Editora, 2001.
- DUMONT, F. Recordando a História - Os crimes do PCB. (www.ternuma.com.br).
- Jornal Inconfidência. Belo Horizonte (ginconfi@vento.com.br).


3 comentários:

  1. Foram tarde, TRAIDORES tem que morrer sim, assim como MILICOS traidores da pátria que rasgam a constituição que JURARAM respeitar e torturaram e assassinaram velhos, mulheres e até crianças. MORTE AOS FASCISTAS!

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  2. Acho que todo extremismo é nocivo. Mas acho também que essas execuções deveriam ser mais divulgados. Mas a nossa mídia não o faz, é claro. Você vê a mini série da Olga na Globo e ela é vitimizada o tempo todo. Longe de mim defender o extermínio perpetrado pelos nazistas, mas de santa a Olga Benário não tinha nada. Ela foi uma das partícipes e influenciadoras do Tribunal Vermelho na morte da garota Elza Fernandes.

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  3. o que me dá mais nojo é chamarem Luis Carlos Prestes de "Cavaleiro da Esperança". Era um psicopata assassino e covarde, tanta gente até hoje endeusando o homem e nao passava de um frouxo.

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